Aproveitamos o Dia Internacional da Mulher para, mais uma vez, nos lembrarmos de que a proporção feminina é muito aquém do que deveria ser na vida editorial brasileira, assim como em praticamente todos os setores da sociedade. Em pleno 2023 ainda temos atrasos seculares no Brasil sobre questões básicas. Quando ainda é preciso criar leis para distribuição de absorventes íntimos para meninas de baixa renda – espantosamente, há quem seja contra –, algo que já deveria ser política pública há décadas, pensar sobre a disparidade de espaços para manifestações literárias femininas parece quase um luxo. Mas não é. Se voltarmos um pouco no tempo para o século XIX, às mulheres cabia a função de leitoras dos romances folhetinescos publicados em jornais e revistas (mutatis mutandis, as telenovelas vieram de lá), posteriormente reforçada pela destinatária dos cronistas (“a leitora que me lê agora…”). Até hoje, no universo leitor há mais mulheres do que homens. Segundo a Retratos da Leitura no Brasil, que é nossa pesquisa mais confiável do setor, a presença feminina entre leitores de literatura é maior que a masculina. Em outro estudo, também realizado pelo Instituto Pró-Livro, dois grandes eventos literários (FLUP e Bienal do Livro Rio) são frequentados majoritariamente por mulheres. A despeito desse quadro, é sabido que homens sempre publicaram mais. Acesse o Leia mais para ler a íntegra desta coluna
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